domingo, 2 de novembro de 2008

Reprodução nos seres vivos - Reprodução assexuada

A reprodução é o conjunto de processos pelos quais os seres vivos originam novos indivíduos idênticos a si próprios, permitindo a continuidade das gerações. Há dois tipos fundamentais de reprodução: a sexuada e a assexuada. A reprodução baseia-se sempre na divisão celular e na capacidade de replicação do DNA, o que garante a passagem de informação genética ao longo das gerações.

Na reprodução assexuada formam-se novos indivíduos a partir de um só progenitor, sem ocorrer fecundação e ocorre nos seres procariontes, na maioria dos seres unicelulares eucariontes e em alguns seres multicelulares.

Há vários processos da reprodução assexuada:



  • A bipartição ou fissão binária: a célula divide-se em duas células-filhas idênticas (ex: paramécia, bactérias, planária);




  • A gemulação: surgem pequenas saliências (gomos ou gemas) no progenitor que se desenvolvem e separam originando um novo ser, inicialmente de pequena dimensão (ex: leveduras, hidra, anémonas-do-mar);


  • A esporulação: ocorre produção (em órgãos especializados, os esporângios) de células reprodutoras, designadas de esporos capazes de originar novos descendentes quando as condições do meio são favoráveis (ex: bolor do pão ou da fruta);



  • A partenogénese: a partir de óvulos não fecundados originam-se novos indivíduos (ex: rotíferos, dáfnias, e pulgões ou afídios);

  • A fragmentação: ocorre a fragmentação do organismo em várias porções capazes de regenerar as partes em falta para constituir um novo organismo completo (ex: estrela-do-mar; algas; plantas);


  • A multiplicação vegetativa: ocorre a formação de novos seres a partir de determinados órgãos vegetais: raízes, caules (rizomas, tubérculos) e folhas. Isto porque, há porções de determinados órgãos (meristemas) com grupos de células indiferenciadas que originam novos seres vivos. Algumas técnicas como a enxertia, mergulhia, alporquia e a micropropagação in vitro são utilizadas frequentemente na floricultura, fruticultura e silvicultura.

Neste tipo de reprodução verificam-se multiplicações celulares em que o núcleo se divide por mitose e, por isso, os indivíduos das sucessivas gerações são idênticos geneticamente entre si e ao respectivo progenitor sendo designados de clones. Consequentemente, estes processos reprodutivos são modos diferentes de clonagem. A reprodução assexuada mantém deste modo a estabilidade dos caracteres nos indivíduos de uma espécie, ao longo do tempo.


Clonagem nas plantas




Vantagens:



- utilizando a técnica de micropropagação in vitro , pode-se produzir rapidamente milhares de plantas a partir de uma única planta original (economia de energia);


- as plantas obtidas estão em completo estado sanitário;


- pode-se recuperar espécies ameaçadas de extinção;


- as caracteristicas estruturais e funcionais da planta original permanecem em todos os descendentes (homogeneidade genética).



Desvantagens:


- requer uma técnica especializada;


- equipamentos sofisticados;


- pessoal qualificado;


- se ocorrer uma modificação a nivel genético que traga alterações fatais, como os indivíduos têm todos a mesma informação genética, conduz-se à extinção da espécie em questão.



Clonagem em animais



Pode ocorrer por divisão embrionária, que é o que acontece na formação de gémeos verdadeiros: dá-se a separação das duas células provenientes da primeira divisão mitótica do ovo, originando embriões geneticamente iguais.



Pode ocorrer por outro processo: o da transferência nuclear de uma célula somática, que foi o processo que esteve na origem da ovelha Dolly.





A possibilidade de clonar um animal por este processo evidencia que o núcleo de uma célula diferenciada pode perder a sua especificidade comportando-se como o núcleo de um ovo a partir do qual ocorre o desenvolvimento de um ser multicelular.
Estas técnicas no entanto ainda possuem elevadas taxas de insucesso, pois são mal conhecidos os mecanismos celulares reguladores da expressão genética.


A aplicação destas técnicas reprodutivas em humanos levanta questões éticas e legais muito sérias, que se prendem com o problema da identidade individual, e a legitimidade da produção e manipulação de embriões para fins terapêuticos.

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