O aumento populacional, que se acentuou no último século, tem criado uma série de problemas com consequências graves para o equilíbrio nos subsistemas. Há necessidade de aumentar as áreas destinadas à agricultura e à pecuária, às vias de comunicação e outras infra-estruturas.
Assim, para evitar que a ocupação antrópica gere cada vez mais problemas é necessário elaborar cartas de risco geológico identificando áreas de maior ou menos risco, bem como elaborar planos de ordenamento do território. Desta forma, promove-se uma ocupação racional dos solos em função do fim a que se destinam, e assim diminuem-se os ricos da ocupação antrópica.
Bacias hidrográficas
Um rio é um curso ou corrente de água superficial e regular que pode desaguar no oceano, ou na corrente de outro rio de maior caudal. Os cursos de água vão de zonas de maior altitude para regiões de menor altitude. Podem tomar diferentes designações: regato, ribeiro, ribeira, e rio, dependendo do grau de importância na hierarquia fluvial. Ao conjunto formado pelo rio principal, pelos seus afluentes designa-se por rede hidrográfica. A área do território drenada por uma rede hidrográfica constitui a bacia hidrográfica.
O leito de um rio, ou leito aparente, ou ainda leito ordinário (figura abaixo), é a superfície que se encontra coberta pela corrente de água durante a maior parte do ano. O caudal de água pode variar com o regime de pluviosidade das estações. O leito pode baixar durante a estação seca, normalmente o Verão (leito de estiagem ou de seca), e aumentar durante a estação húmida, em regra o Inverno, inundando as áreas envolventes e originando as cheias (leito de cheia). As zonas que ficam cobertas de água durante o leito de cheia constituem a planície de inundação.
Actividade geológica de um rio
O comportamento de cada rio depende da sua geometria, relevo, composição rochosa, matérias dos solos, cobertura vegetal e grau de interferência humana. A actividade geológica de um rio compreende três acções: a meteorização e erosão, o transporte e a deposição dos materiais ou sedimentação.
A meteorização e erosão consistem no desgaste e extracção dos materiais do fundo do leito e das margens pela acção da corrente da água. Esta acção é mais intensa nas regiões junto da nascente, onde ocorrem maiores desníveis e a água corre a uma maior velocidade, consequentemente a energia da corrente é maior.
Os materiais rochosos extraídos são transportados pelo rio para distâncias maiores ou menores, dependendo do tamanho e do peso dos fragmentos, bem como da velocidade da corrente.
À medida que a velocidade das águas diminui, os diferentes materiais transportados começam a depositar-se (sedimentação) no fundo do leito, nas margens e na foz. Após a deposição os materiais designam-se por sedimentos. Os materiais mais pesados e de maiores dimensões depositam-se mais para montante e os de pequenas dimensões e mais finos depositam-se próximo da foz (jusante) ou são mesmo transportados para o mar. A deposição de materiais é importante quando ocorrem cheias, formando depósitos no leito de cheia chamados aluviões. É importante salientar que em cada troço de um rio se realizam simultaneamente os três tipos de acção geológica, ainda que de uma forma selectiva, predomine uma sobre as outras.
Ocupação nos leitos de um rio: riscos
Viver junto de um rio tem algumas vantagens: estes constituem vias de comunicação, fornecem água para uso doméstico, agrícola e industrial, são fonte de alimentação e proporcionam solos férteis, devido ao transporte de materiais pelo rio.
No entanto é arriscado viver nos leitos de cheia de um rio, pois caso se dê uma subida inesperada e brusca dos níveis da água dos rios, ocorrem inundações que se podem traduzir pela perda de bens materiais e eventualmente de vidas humanas. Algumas causas que estão na origem de inundações são: precipitações moderadas e prolongadas (cheias progressivas); precipitações intensas e repentinas (cheias rápidas); fusão de grandes concentrações de gelo; ruptura de barragens ou diques.
Barragens
Extracção de inertes
Soluções
- Construir sistemas integrados de regularização dos cursos de água com a construção de barragens (embora traga consequências).
- Ordenar e controlar as acções humanas nos leitos de cheias;
- Impedir a construção e a urbanização em potenciais zonas de cheias, sendo o meio mais eficaz para diminuir os riscos geológicos da actividade natural dos rios.
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