Num ciclo de vida de um ser que se reproduz sexuadamente há dois fenómenos complementares: a fecundação e a meiose. A fecundação, ao duplicar o número de cromossomas do ovo, inaugura uma etapa do ciclo de vida em que as estruturas dele resultantes são constituídas por células diplóides – a diplofase – que termina na meiose. A meiose dá ínicio a uma etapa do ciclo de vida em que as estruturas possuem células haplóides – a haplofase – que termina na fecundação. Esta alternância entre diplofase e haplofase chama-se alternância de fases nucleares.
· Ciclo de vida haplonte – a meiose ocorre imediatamente após a formação do ovo – meiose pós-zigótica. A diplofase está resumida ao ovo, pertencendo todas as outras estruturas à haplofase, incluindo o organismo adulto.
· Ciclo de vida diplonte – a meiose ocorre antes da formação dos gâmetas – meiose pré-gamética. As gâmetas são as únicas células haplóides devido a este acontecimento, sendo todas as outras estruturas pertencentes à diplofase, incluindo o organismo adulto.
· Ciclo de vida Haplodiplonte - a meiose ocorre antes da formação de esporos – meiose pré-espórica. A haplofase inicia-se com os esporos que, através de mitoses sucessivas, originam estruturas multicelulares, os gametófitos, onde se formarão os gâmetas femininos e masculinos (oosferas e anterozóides). Após a fecundação, o zigoto inicia a diplofase e origina uma entidade multicelular diplóide que, na maioria das plantas, é a planta adulta. Essa planta adulta, o esporófito, irá sofrer meiose originando esporos. Para além de ocorrer alternância de fases nucleares, existe também uma alternância de gerações, a geração gametófita e a geração esporófita.
A reprodução assexuada ocorre por fragmentação quando as condições são favoráveis. Os filamentos celulares quebram, originando fragmentos que, por divisões sucessivas das células regeneram novos filamentos. Neste processo mantém-se a informação genética, não havendo alternância de fases nucleares.
A reprodução sexuada ocorre sob condições ambientais desfavoráveis. Quando dois filamentos celulares se colocam lado a lado, formam-se tubos de conjugação entre as suas células que passam então a funcionar como gametângios, e cujos conteúdos correspondem a gâmetas indiferenciados. Ocorre fecundação entre o gâmeta dador e o gâmeta receptor. Resulta uma célula diplóide, o zigoto iniciando-se a diplofase. Cada zigoto permanece num estado de vida latente até que as condições voltem a ser favoráveis, altura em que o zigoto sofre meiose (meiose pós-zigótica) originando quatro núcleos haplóides (zigosporos), que degeneram ficando apenas um núcleo haplóide. A partir da célula haplóide forma-se um novo filamento de espirogira por mitoses sucessivas.
Ciclo de vida Diplonte – Mamíferos
Ciclo de vida Haplodiplonte – O polipódio
O polipódio é um feto cuja planta adulta constitui o esporófito. Este pode reproduzir-se assexuadamente por multiplicação vegetativa, através dos rizomas e também por reprodução sexuada.
Na época da reprodução, podem-se observar estruturas amareladas existentes na página inferior das folhas que se chamam esporângios que, quando jovens, contêm células-mães de esporos. Essas células por meiose (meiose pré-espórica) originam esporos haplóides. Esses germinam ao cair em solo favorável originando, cada um, o protalo ou gametófito que possui vida independente da planta adulta. Nesta estrutura diferenciam-se os gametângios que originam os anterozóides flagelados e as oosferas. A fecundação, que é dependente da água uma vez que os anterozóides movimentam-se na água até penetrarem nos arquegónios, origina um ovo que inicia a geração esporófita correspondente à diplofase. O ovo desenvolve-se sobre o protalo originando a planta adulta (esporófito), a entidade mais representativa daquela geração. O polipódio é um ser haplodiplonte pois apresenta alternância de gerações, tendo cada fase estruturas multicelulares. A face nuclear mais desenvolvida é a fase diplóide pois nela encontra-se o organismo adulto.
Intervenção humana no ciclo de vida dos seres vivos
A actuação humana nos ecossistemas tem vindo a pôr em risco a preservação de algumas espécies, especialmente aquelas mais sensíveis a mudanças drásticas. Algumas interferências directas nos ciclos de vida dos seres vivos são:
- actividades industriais ou agro-pecuárias, cujas substâncias químicas põem em risco o desenvolvimento dos ovos de muitas espécies, impendindo até a formação de gâmetas;
- destruição de habitats, e portanto, de locais de reprodução de muitos organismos;
- caça e pesca;
- alterações climáticas a nível global como o aumento do efeito de estufa.
Tudo isto contribui para alterações nos ritmos de crescimento populacional das espécies, pondo em causa a sua sobrevivência.
Um exemplo de uma espécie ameaçada de extinção devido a interferências no seu ciclo é o Lobo Etíope.
As razões da sua extinção são: a destruição de habitat, perda de diversidade genética, escassez de presas selvagens, e competição, hibridização e transmissão de doenças por cães domésticos.
Ao clicar neste link pode-se ver um vídeo sobre este tema: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=358251&tema=31
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